segunda-feira, 23 de maio de 2011

Património Religioso da Cidade de Aveiro

" de Vila a Cidade – Fontes Paroquiais e seu Património Artístico"               

Hugo Cálão*

Património religioso da cidade de Aveiro, de Vila a Cidade
– Fontes Paroquiais e seu património artístico,
 in ”História de Aveiro, Sínteses e Perspectivas” publicação de
comemoração dos 250 anos da elevação a cidade de Aveiro,
ed. Câmara Municipal de Aveiro, 2009

   Visita da Igreja da Vera Cruz de Aveiro
   Constou-me que os pescadores desta freguesia cavavam o adro para tirarem isca para as suas pescarias e que nele faziam covas para porem mastros para prenderem as redes, o que era indecente; pelo que mando que de hoje em diante nenhum torne a tirar isca no adro, nem façam covas com pena de cinco tostões por cada vez que tirarem o contributo para a Confraria do Santíssimo Sacramento desta Igreja pelos quais o Rev. Pároco os incitará, e não pagando em termo de oito dias os poderá declarar, e absolver em satisfazendo.

Foi publicada no dia 2 de Abril de 1703. O Pe. Cura Brás Nunes de S. Payo.[1]


   (A ruralidade urbana e a vivência comunitária de interacção com a ria, da então Vila de Aveiro, estão bem relatadas na Visita Pastoral à Igreja Matriz da Vera Cruz de Aveiro efectuada por Dr. Diogo Gomes, Prior de Recardães no ano de 1703.)

   O presente artigo, inserido nas comemorações dos 250 anos da Cidade de Aveiro, pretende ser uma reflexão, uma explicação do meu percurso no que respeita à cidade de Aveiro e ao inventário do seu património religioso.

   Resume um trajecto de investigação e síntese da acção efectuada, centrada na identificação do imóvel e móvel artístico paroquial (abrangendo apenas a área correspondente a metade da cidade de Aveiro, a Paróquia da Vera Cruz de Aveiro). Nesta primeira fase, pretendeu-se travar ou contribuir para refrear a degradação e destruição progressiva do património religioso e, através do seu inventário, contribuir para a promoção do conhecimento histórico, artístico e social do mesmo. Como resultado deste, destacou-se um conjunto de objectos que conferem uma mostra da riqueza artística paroquial.[2]

   Numa perspectiva mais alargada, o projecto em curso pretende preservar o conhecimento artístico e histórico da diocese de Aveiro, nomeadamente através de:

   1) inventariação do património religioso nas diversas categorias: o móvel integrado – retábulos e talha –, a imaginária, ourivesaria, pintura, cerâmica, têxteis, espólio documental e informatização do espólio inventariado, recorrendo à colaboração e parceria com o IMC[3], que gere a normalização do património museológico nacional;

   2) descrição, análise e acondicionamento de peças que, pelo seu valor histórico e artístico, notavelmente comprovado, possam constituir exemplos de estudo e investigação;

   3) despiste de necessidades e carências ao nível da protecção e conservação de peças em vias de degradação e/ou perigo de destruição;

   4) elaboração e preparação de material bibliográfico, capaz de lançar luz sobre o património religioso inventariado, estudando-o a vários níveis, nomeadamente religioso, histórico, artístico e social e divulgando-o, tornando-o não só acessível à comunidade científica, mas a um leque mais vasto de destinatários, que dele possam extrair conhecimentos ou simplesmente fruição religiosa e estética.
   Intentando mostrar o percurso deste espaço de administração paroquial da cidade de Aveiro, farei uma sumária contextualização cronológica através de um roteiro de fontes informativas, muito embora seja assunto recorrente e tratado escrupulosamente por autores que têm dedicado os seus estudos à história local[4].

   Entre estes, distinguimos, pela relevância na sua extensa e profícua investigação (no que respeita a localização e citação de fontes documentais sobre a religiosidade aveirense), o livro A Diocese de Aveiro – Subsídios para a sua História, escrito em 1964 pelo Monsenhor João Gonçalves Gaspar, síntese, na longa duração, da história do Prelado Aveirense.
   A Paróquia da Vera Cruz, como referido, corresponde hoje a metade do espaço Paroquial da Cidade de Aveiro. A outra metade corresponde à Paróquia da Nossa Senhora da Glória.

   Elevada a Vila no século XIII, antes de 1245, Aveiro desenvolveu a sua povoação à volta da Igreja principal, consagrada a São Miguel, situada onde é hoje a Praça da República, junto aos Paços de Concelho e da Igreja da Misericórdia, vasto edifício (hoje inexistente), demolido em Novembro de 1835. Até 1572, como iremos ver, a vida religiosa do núcleo populacional central da, então, Vila de Aveiro, estava confinada a uma única Paróquia com Matriz na Igreja de São Miguel, dependendo do Bispado de Coimbra, com colegiada, e pertencente à ordem de Avis.

   Em 1572, D. João Soares, Bispo de Coimbra, tendo mandado, previamente, tirar um rol da população das freguesias da sua diocese, constatou que a Freguesia de São Miguel era insuficiente para uma população que, segundo o rol de comungados desse ano, contava com mais de 11.000 fregueses[5] e determinou dividir Aveiro em quatro freguesias. O Rei D. Sebastião, por uma Provisão[6] de 10 de Julho do mesmo ano, autorizou esta mesma pretensão, parcelando o território da antiga freguesia, criando mais três paróquias distintas com Igrejas Paroquiais independentes, a saber:

   1) a Paróquia de São Miguel, composta pela velha Matriz, abrangendo a parte muralhada e nobre da Vila e o bairro do Albói a ocidente;

   2) a Paróquia do Espírito Santo, que se estendia para sul das muralhas, incluindo os lugares de Cimo de Vila, Vilar, São Bernardo, parte da Presa e Quinta do Gato, confinante com as Paróquias de Aradas e Eixo;

   3) a Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, inicialmente, também chamada de Nossa Senhora das Candeias, extremo da península a ocidente do canal central, delimitada pela ria e extensão de marinhas, espaço de vital importância comercial abrangendo o recinto de feiras (hoje actual Rossio) e cais de embarque, território de pequena dimensão mas densamente povoado;

  4) a Paróquia da Vera Cruz, à qual ficou a pertencer o território compreendido entre a ponte das Almas (no canal central), a Rua Larga e a Rua do Vento (até ao fim), a ria e marinhas no prolongamento do canal de São Roque, o ribeiro das Barrocas e, ainda, parte dos lugares da Forca, da Presa e da Quinta do Gato, prosseguindo o limite pelo canal do Cojo até à, dita, ponte das Almas. Desta forma, tinha como confinantes as paróquias de Nossa Senhora da Apresentação, a ocidente, a de Esgueira, a norte e a de S. Miguel, a sul. Compartilhava a administração do lugar de Sá, a norte, com a Paróquia de Esgueira. Contudo, no foro judicial, quase todo o lugar de Sá pertenceu até 1835 à Vila e termo de Ílhavo.
   O Bispo, no terceiro domingo de Setembro do mesmo ano, viria a Aveiro para, na Igreja Matriz de S. Miguel, entregar a cada um dos três novos párocos, já nomeados, um livro para o registo dos baptismos, casamentos e óbitos, bem como uma caixa de estanho com os santos óleos.

APVCA – Livro 1º de Baptizados e Cazados
da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação
de Aveiro – de 1590 até 1619
Livro manuscrito encadernado em pergaminho
 29x20,5 cm; 64 folhas; n29/1
“Este he o primeiro livro dos assentos dos baptizados e cazados que há nesta Freg.a de Nossa Snra da Prezentação de Aveiro, q’antigamente foi padroeiro São Gonçalo.”
. Inicia baptismos em 28 de Maio de 1587 (Igreja São Gonçalo) e termina em 4 de Junho de 1624 (Igreja de Nossa Snra das Candeias)
.Inicia casamentos em 7 de Outubro de 1618 (Igreja Snra das Candeias) e termina casamentos em 27 de Maio 1620




   As três Igrejas Paroquiais, então criadas, coexistiam sob alçada da Colegiada da Matriz de São Miguel, com apresentação Régia de Vigário paroquial perpétuo.

   Durante o século XVIII, as Igrejas Paroquiais e Igrejas anexas foram melhorando e incrementando artisticamente o espaço cultual com talha dourada,[7] imagens estofadas em madeira, de mestres entalhadores do norte[8], ou imagens em barro de artífices locais[9], paramentaria adamascada e preciosas alfaias de culto[10], recorrendo aos legados de devotos fiéis e instituições de Capela, que, organizados em Confrarias[11], tutelavam e geriam as obras e aquisições mais importantes e preparavam as festividades e procissões.
     Como apontamento relata-se num Capítulo de Visita, na Igreja da Vera Cruz de Aveiro, no ano de 1756.

     Constou-me haver grandes dúvidas entre o orago da freguesia do Espírito Santo e a desta Igreja [Vera Cruz] sobre a precedência das cruzes nas procissões e como na presença de S. Ex. a mesma se mostrou não só ser mais antiga esta Igreja mas ainda a Confraria e ser a Cruz da Confraria desta Igreja a mesma da Igreja de cuja antiguidade se não duvida, e nestes termos fica sendo sem dúvida assim se dever observar para evitar as dúvidas que daqui para diante não preceda a Cruz do Espírito Santo e sua Confraria à desta Igreja sob pena de seis mil reis a toda a pessoa que encontrar esta determinação precedendo desta sorte sempre, a cruz desta Igreja e Confraria do orago a sobredita como mais moderna e costume antigo.

Foi publicada no dia 8 de Março de 1756. O Vigário Frei Manuel da Cruz Mendes[12].

   Assinala-se, também, 250 anos decorridos sobre a redacção das “Memórias Paroquias”[13], fontes informativas de extrema importância no estudo do imóvel e móvel artístico religioso, descrevendo as Igrejas e Capelas, Confrarias, bem como altares, imagens, relíquias e sínteses de factos históricos e lendas, inquirindo, igualmente, sobre os recursos naturais de cada freguesia, à qual respondeu o Prior da Matriz de São Miguel de Aveiro em 30 de Abril de 1758.
   Alguns meses mais tarde, em 25 de Julho de 1759, D. José I assinava a carta Régia elevando Aveiro a Cidade, registando, o Vigário da Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, esta nota[14]:


   Assim, em 29 de Setembro de 1759, dia do Arcanjo São Miguel, com a assistência do Senado da Câmara, Comunidades religiosas, Clero, Nobreza e Povo, realizou-se na Matriz de São Miguel o sermão de acção de Graças, pregado por Frei Bernardo de São José Magalhães, natural de Aveiro, cantando-se o Te Deum laudamus, solenizando-se a incomparável honra que sua Magestade Fidelissíma procedeu por seu real decreto[15].

   Uma vez implantado o Regime Liberal, entendeu-se reduzir de quatro para duas, as freguesias e paróquias da cidade de Aveiro. Desta forma, por alvará de 11 de Outubro de 1835, o governador civil do Distrito, José Joaquim Lopes de Lima, constituiu, a sul do canal central da Ria, a Paróquia de Nossa Senhora da Glória que reuniu o território de São Miguel e do Espírito Santo, e, a norte do canal, a Paróquia da Vera Cruz, sendo extinta a de Nossa Senhora da Apresentação; o bairro de Sá e a faixa costeira de São Jacinto foram incorporados nesta última.
   Logo após a junção, a Paróquia de Nossa Senhora da Glória transferiu a sua Paroquial para a Igreja, do extinto, Convento de São Domingos de Aveiro, onde funciona, actualmente, como Sé Catedral de Aveiro. O extenso monumento, outrora Matriz de São Miguel, acabou por ser demolido, assim como a Igreja Matriz do Espírito Santo, em 1858.

   Antes da junção de 1835, o espaço paroquial da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação era composto pela Matriz, pela Igreja do Corpo Santo ou de São João do Rossio (hoje inexistente) e pela Igreja de São Gonçalinho[16], distinto como vimos, do espaço paroquial da Freguesia da Vera Cruz. Este era composto pela Matriz, de maior dimensão que a da Apresentação, pela Igreja de São Bartolomeu ou Senhora dos Navegantes, pela Igreja de São Paulo e pela Igreja de Nossa Senhora da Graça (hoje inexistentes), pela Igreja Santo António do Seixal ou Igreja da Madre de Deus do Seixal (adquirida recentemente pela Misericórdia de Aveiro), pela Igreja de São Roque ou Senhora das Febres, pela Igreja de Nossa Senhora da Alegria ou de Santa Maria de Sá e pela Igreja do Senhor Jesus das Barrocas.

   A Igreja Matriz da Vera Cruz, que se situava no, popularmente alcunhado, adro ou "largo da Vera Cruz", (hoje delimitado pela Junta de Freguesia de Vera Cruz e Quartel de Bombeiros-novos de Aveiro), estava a construir-se ou reconstruir-se em 1576, tendo-se prolongado as obras até finais do século XVI. Nos finais do século XIX, dado o seu adiantado estado de ruína, o edifício acabou por ser demolido em obediência à decisão de Dezembro de 1876, para, em seu lugar, se edificar um novo templo que serviria à Paróquia recém-criada, em 1835.

   Entretanto, a sede da Paróquia, a administração dos sacramentos e o culto litúrgico, assim como alguns dos seus móveis (imagens, alfaias, paramentaria), tinham sido transferidos, provisoriamente, enquanto durasse a construção, para a vizinha Igreja de Nossa Senhora da Apresentação onde, desde então, até hoje, permaneceram. Tendo-se interrompido a obra de reedificação por falta de recursos financeiros, as suas paredes, já por altura da cimalha, foram demolidas em 1945, tendo sido transferido a maior parte dos retábulos em pedra calcária para o Museu de Aveiro, instalado no Mosteiro de Jesus em 1911, e criado legalmente em 1912. [17]

   Actualmente, a Igreja Matriz da Apresentação foi a única das matrizes da cidade de Aveiro a escapar da total demolição.

   Muitas das Confrarias e Irmandades foram extintas, subsistindo a Irmandade do Senhor Jesus dos Passos[18], que transitou da Matriz de São Miguel para a Igreja do, extinto, Convento do Carmo, as do Santíssimo Sacramento, a de Santa Joana Princesa, na Glória, e a de Nossa Senhora da Apresentação, na Vera Cruz.


Igreja de Nossa Senhora da Apresentação de Aveiro

século XVII d.C., 1606-1616

   O espólio da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, como se verificou, corresponde, actualmente, a três núcleos distintos patrimoniais: o espólio de origem da Matriz da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação (possivelmente com incorporação do espólio da Ermida de São Gonçalo Velho e das suas Confrarias); a incorporação do espólio da Matriz da Vera Cruz, aquando da demolição da mesma em 1875-76, passando a servir de Igreja Paroquial (Virgem com menino da, dita, Senhora da Luz, Cristo crucificado, dito, Senhor Jesus do Bendito, retábulo das Almas, hoje, do baptistério, São José com o menino e os objectos das Confrarias da Vera Cruz e espólio documental) e ainda a incorporação de parte do espólio do, demolido, Convento da Madre de Deus de Sá, quando da sua extinção em 1885 (Virgem da Boa Morte, Senhor Morto, Senhor dos Açoites, órgão de tubos do coro-alto, alfaias de culto, pintura).

   São Gonçalo de Amarante, antigo padroeiro da Paróquia da Apresentação, é hoje venerado na Igreja de São Gonçalinho. São Gonçalo viveu de 1190 a 1262 e foi canonizado em 1561. Santo intercessor dos pobres famintos, da resolução de dificuldades matrimoniais e cura de doenças ósseas continua, ainda hoje, a ser o protector do povo da Beira-mar de Aveiro.
   Outra das imagens devocionais, deste espaço ribeirinho da cidade, foi São Pedro Gonçalves Telmo. Outrora venerada na, demolida, Capela do Corpo Santo[19] ou São João do Rossio, a sua imagem em pedra calcária policroma encontra-se hoje na Capela de Nossa Senhora das Areias da Freguesia de São Jacinto. Foi director da Ordem Dominicana em Guimarães, por volta de 1250, presidindo à entrada de São Gonçalo naquela Ordem. Santo protector dos mareantes em naufrágio, está-lhe associada a glória dos descobrimentos portugueses, à qual o porto de Aveiro muito contribuiu pela decisiva importância do comércio de sal, da cerâmica e emprego de homens de saber e mestria náutica.

São Gonçalo; escultura em pedra calcária policromada;

séc. XV; 55alt x 25larg x 20prof; 14,8kg

PVCA.ESC.16


São Roque; escultura em pedra calcária policromada

séc.XV-XVI,1480-1522; 101alt x44larg x28prof; 87kg

PVCA.ESC.89

   Destacam-se, também, as imagens de São Roque e de Nossa Senhora das Febres, da Igreja da mesma invocação, a imagem de São Sebastião da Igreja de Nossa Senhora da Alegria, o Crucifixo pétreo da Igreja setecentista do Senhor Jesus das Barrocas e a imagem processional do Senhor Jesus dos Passos, da Irmandade da mesma invocação, sita na Igreja do Convento do Carmo de Aveiro.
   Num esforço de compreender e aprofundar o conhecimento dos objectos devocionais da Matriz da Vera Cruz e de Nossa Senhora da Apresentação, localizar antigos inventários e relações de existência efectuadas ao espólio, fundamentou-se como metodologia fulcral para a tarefa em questão, explicando as constantes transferências de acervo. Graças ao preservado fundo documental Paróquia da Vera Cruz reuniram-se cronologicamente os seguintes, a saber[20]:

1) Junta de Paróquia da Freguesia da Vera Cruz

- Inventário das Confrarias e Junta de Paroquia da Freguesia da Vera Cruz, 1855. (inclui relação de escultura, móveis, paramentos, roupa branca, pratas, títulos de escritura e tombos da Confraria de Nossa Senhora da Alegria, Confraria de Santo André, Confraria das Almas da Vera Cruz, Confraria das Almas da Apresentação, Confraria de Nossa Senhora da Luz, Confraria da Santa Cruz, Junta de Paróquia, Capela de São João do Rossio, Capela do Senhor Jesus das Barrocas, Fábrica da Paroquial da Vera Cruz.)

- Relação dos objectos em poder do tesoureiro da Junta de Paróquia da Vera Cruz, 1859, Janeiro, 10.  (inclui relação de pratas, paramentos e títulos.)

- Inventário de prata da Junta de Paróquia da Vera Cruz, 1864, Janeiro, 26.

2) Irmandade do Santíssimo Sacramento da Vera Cruz

- Inventário da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Freguesia da Vera Cruz, 1836, Dezembro, 8.

- Relação dos Paramentos e para a função da Semana Santa, s/d – inclui paramentos, roupa branca, pratas, títulos e tombos.

- Inventário da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Freguesia da Vera Cruz, 1865, Dezembro, 25.

- Relação dos Paramentos e mais objectos para a função da Semana Santa, 1865 (inclui paramentos, roupa branca, pratas, títulos de escrituras e tombos.)

- Inventário da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Freguesia da Vera Cruz, 1890, Julho, 15.

- Inventário da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Freguesia da Vera Cruz, 1933, Maio.

- Inventário da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Freguesia da Vera Cruz, 1956, Agosto.

3) Confraria da Almas da Freguesia da Vera Cruz

- Inventário da Confraria das Almas da Freguesia da Vera Cruz, 1794.

- Inventário da Confraria das Almas da Freguesia da Vera Cruz, 1872, Novembro, 29.

4) Confraria do Senhor Jesus do Bendito da Freguesia da Vera Cruz

- Inventário da Confraria do Senhor Jesus do Bendito da Freg. da Vera Cruz, 1890.

- Inventário da Confraria do Senhor Jesus do Bendito da Freguesia da Vera Cruz, 1972, Março, 10.

5) Paróquia de Vera Cruz (após 1910)

- Inventário geral da Junta de Paróquia da Vera Cruz, 1911, Agosto, 10 (inclui relação de objectos na Igreja Paroquial, Capela de São Gonçalinho, Capela da Senhora da Alegria, Capela do Senhor Jesus das Barrocas, Capela de São Roque e edifício em construção da Igreja da Vera Cruz (segundo o cumprimento do art. nº62 da lei de separação).

- Aditamento ao Inventário da Junta de Paróquia da Vera Cruz, 1911, Agosto, 31 (inclui relação de objectos na Capela de Nossa Senhora das Areias em São Jacinto.)

- Inventário geral da Junta de Paróquia da Vera Cruz, 1939, Setembro, 8 (inclui relação de objectos na Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Apresentação, Capela de São Gonçalinho, Capela da Senhora da Alegria, Capela do Senhor Jesus das Barrocas, Capela de São Roque e edifício em construção da Igreja da Vera Cruz (Auto de entrega à corporação do culto católico da Freguesia da Vera Cruz).

- Inventário da Igreja Paroquial da Vera Cruz, 1953, Novembro, 22 – inclui escultura, pratas, paramentaria da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação e relação de objectos da Imagem da Virgem Jacente dita da Boa Morte.

- Inventário da Paroquia da Vera Cruz, 1962 – Inquérito paroquial da Cúria Diocesana de Aveiro.

6) Irmandade do Senhor Jesus dos Passos, sita na Igreja do Carmo, da Freguesia da Vera Cruz em Aveiro

- Inventário da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos da Igreja de São Miguel de Aveiro, 1792, Janeiro 26. (inclui relação de escultura, móveis, títulos de escrituras e tombos.)

- Inventário da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos da Igreja de São Miguel de Aveiro, 1799, Fevereiro, 1.

- Inventário da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos da Igreja de N. Srª da Glória de Aveiro, 1840, Março (inclui relação de escultura, móveis, têxteis, ourivesaria, títulos de escritura, tombos; refere o retábulo entalhado que se perdeu no incêndio do extinto convento de São Domingos.)

- Inventário da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos da Igreja de N. Srª da Glória de Aveiro, 1879, Fevereiro, 2.

- Inventário da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos de Aveiro, 1885, Janeiro, 15 (Igreja de Nossa Senhora da Gloria e Igreja do extinto Convento do Carmo; inclui relação de têxteis de 1914.)

- Inventário da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos de Aveiro, 1939, Fevereiro, 15.

- Inventário da Irmandade do Sr. Jesus dos Passos de Aveiro, 2000, Novembro, 30.

7) Igreja do Senhor Jesus das Barrocas de Aveiro

- Inventário da Igreja do Senhor Jesus das Barrocas, 2002, Novembro, 7.

8) Convento da Madre de Deus de Sá em Aveiro

     - Termo de verificação e inventariação das alfaias, vasos sagrados e mais objectos do culto pertencentes ao suprimido Convento da Madre de Deus de Sá, 1885, Março, 27

9) Fundo Documental do Arquivo da Paroquia da Vera Cruz de Aveiro (APVCA)

     - Relação dos títulos e livros pertencentes à Junta de Paróquia da Vera Cruz, 1874, Janeiro, 4  (inclui relação de títulos de escrituras e tombos da Confraria de N. S. da Alegria; Confraria de Santo André; Confraria de N. Srª da Luz; Confraria da Santa Cruz.)

     - Relação dos títulos e livros pertencentes à Junta de Paróquia da Vera Cruz, 1878, Dezembro, 1  (relação de títulos e tombos da Confraria de N. S. da Alegria; Confraria de Santo André; Confraria de N. Srª da Luz; Confraria da Santa Cruz; Confraria das Almas; Capela de São Roque; Capela da Srª das Areias e Junta de Paróquia.)

     - Relações dos títulos, escrituras, legados e livros pertencentes à Irmandade do Santíssimo Sacramento da freguesia da Vera Cruz, 1855-1863.

     - Relação dos livros e documentos do Arquivo da Paróquia da Vera Cruz, 1952-1975.

     - Relação dos livros e documentos do Arquivo da Paróquia da Vera Cruz, 2000, Setembro.

   Uma incursão pela história paroquial local, não obsta a uma análise comparativa com os estudos de casos para outras administrações paroquiais nacionais[21].
   Aveiro, enquanto cidade, perdeu grande parte do seu património edificado religioso e dos seus “monumentos” [22] de memória.

   Como menciona em reflexão o Prof. Ferreira de Almeida[23], o Património é tudo o que tem qualidade para a vida cultural e física do homem e tem notório significado na existência e na afirmação das diferentes comunidades, desde a vicinal e paroquial, à concelhia, à regional, até à nacional e internacional. Como património é qualidade, nem tudo é classificável. O que se classifica tem de ter valor para continuar a merecer estar presente e continuar a prestar serviços de cultura e de referência. É preciso conhecer e estudar.

   Partilhando desta sua visão no que respeita ao Património, acredito que antes de haver qualquer trabalho de “campo”, concelhio ou camarário, com fim a uma promoção e gestão de bens móveis e imóveis com valor concelhio[24] (que necessariamente deveriam estar inscritos nos P.R.O.T.s[25] e a sua gestão partilhada com as estruturas administrativas regionais), deveria haver, ou, conjuntamente, ser antecedido de trabalho de classificação dos mesmos, ao nível das freguesias e paróquias. Assim, as medidas de protecção regionais -CCDR[26] – estariam bem fundamentadas. Quando os alicerces são bem sólidos e o terreno é firme, o edifício não abre fendas nem se desmorona tão facilmente.

Anexo I – Catálogo









 




* Mestre na Faculdade de Letras da Universidade do Porto em História e Património. Desenvolve investigação sobre a temática religiosa na Diocese de Aveiro, suas Paróquias e Casas Conventuais. Director responsável pelo levantamento de inventário do património artístico das Paróquias da Vera Cruz de Aveiro, São Salvador de Ílhavo e São Pedro de Aradas.
[1] PT-SCMAVR/IVC, Livro de Visitas da Igreja da Vera Cruz de Aveiro, 1693 a 1760., f.14-14v. Para Aveiro conhecem-se o Livro das Visitas da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação de Aveiro – 1671 até 1683 e o Livro das Visitas da Igreja da Vera Cruz de Aveiro – 1693 até 1760 existentes no Arquivo da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro (PT-SCMAVR/INSA e PT-SCMAVR/IVC). Estes livros são importantíssimos para a história das referidas Igrejas e seu espólio artístico. Destes se serviu Rangel de Quadros para fonte informativa nos seus trabalhos de investigação. Vd. Rangel de Quadros, José Reinaldo, Aveiro – Origens, brasão e antigas freguesias. Aveiro, Paisagem Editora, 1984; p. 105 “E pelos livros de visitas se sabe, que pouco antes de 1600 não estava concluída essa parte do templo e que a substituía uma tribuna provisória de madeira e encostada ao arco cruzeiro, que então estava tapado”; p. 108 “Esta tribuna não durou muito. Estragada com as armações e pela pouca perfeição da obra, achava-se em 1736 num estado tão pouco decente, que o visitador João Rodrigues Pereira de Figueiredo, determinou que fosse substituída por outra.” (Igreja da Vera Cruz; hoje, a tribuna da Capela-mor da Igreja da Vera Cruz está localizada na Capela-mor da Sé Catedral de Aveiro, transferida quando da venda efectuada pela Junta de Paróquia da Vera Cruz); Vd. Gomes, João Augusto Marques, Subsídios para a história de Aveiro. Aveiro, 1899, p.28-30 “...estavam também diferentes livros de manuscritos com capas de pergaminho, pertencentes às Igrejas da Vera Cruz e de Nossa Senhora da Apresentação, entre os quais há dois assaz curiosos, que são os chamados Livros das Visitas, pois por eles se recompõe em grande parte a história destes dois templos.”
[2] O trabalho de inventário do espólio artístico das Igrejas da Paroquia da Vera Cruz decorreu de 8 de Janeiro de 2007 a 17 de Maio de 2008. Igreja Paroquial Matriz de Senhora da Apresentação; Igreja de São Gonçalinho; Igreja da Senhora das Febres dita também de São Roque; Igreja de Nossa Senhora da Alegria dita também do Mártir São Sebastião; Igreja do Senhor Jesus das Barrocas; Irmandade do Senhor Jesus dos Passos sita na Igreja do Carmo de Aveiro. Vd. Cálão, Hugo, Relatório do Trabalho de Inventário do Património Artístico da Paróquia da Vara Cruz de Aveiro, Paróquia da Vera Cruz, 2008. (Policopiado); Base de Dados em FileMaker Pro Adv (total de 1315 fichas de inventário: Arquitectura 25; Escultura 188; Pintura 18; Cerâmica 237; Ourivesaria 227; Têxteis 309; Metais 127; Mobiliário 189; Instrumentos Musicais 1).
[3] IMC – Instituto dos Museus e da Conservação. Criado em 2007 é um Organismo do Ministério da Cultura que integrou os anteriores IPM- Instituto Português de Museus, IPCR- Instituto Português de conservação e Restauro e RPM- Rede Portuguesa de Museus.
[4] De entre vários destacamos para o estudo de caso de instituições monásticas em Aveiro: Santos, Pe. Domingos Maurício Gomes dos, O Mosteiro de Jesus de Aveiro, 1963; Quaresma, Maria Clementina C. e Oliveira, Maria Gabriela G., Do Lavor das Religiosas do Mosteiro de Jesus de Aveiro (séculos XV-XVIII), 1993; Ferreira, António José Leandro Costa, Poder, prestígio e imagem no antigo convento de São Domingos de Aveiro, 2004; Christo, José António Rebocho, O Convento de Nossa Senhora do Carmo de Aveiro – Subsídio para a sua História, 1996; Neves, Francisco Ferreira, A fundação e extinção do Convento das Carmelitas descalças em Aveiro, 1957; Barreira, Manuel, A Misericórdia de Aveiro, Aveiro, Santa Casa da Misericórdia, 1998; Amorim, Inês, Património e crédito: Misericórdia e Carmelitas de Aveiro (séculos XVII e XVIII), 2006. Destacamos igualmente para o estudo devocional e religioso das paróquias e suas confrarias Quadros, José Reinaldo Rangel de, Aveiro - Origens, brasão e antigas freguesias. Aveiro, Paisagem Editora, 1984; e a complementar síntese dos apontamentos de Rangel de Quadros por Neves, Francisco Ferreira, Uma descrição das Igrejas e Capelas de São Miguel de Aveiro no séc. XVIII, 1941; Cerqueira, Eduardo, Apontamentos sobre antigas Procissões em Aveiro, 1967; e por Gaspar, João Gonçalves, Aveiro na História, 1997.
[5] GASPAR, João Gonçalves – “O Primeiro Documento da Diocese de Aveiro”, in Boletim Municipal de Cultura SAL, nº1. Aveiro, 2007, p. 63.
[6] Neves, Francisco Ferreira Neves, Uma descrição das igrejas e capelas da freguesia de São Miguel de Aveiro no século XVIII, in Arquivo do Distrito de Aveiro, vol.7, 1941, p.182-183.
[7] Vd. PVCA.3 e PVCA.4 – Conjunto de talha da Capela-mor da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, 1716.
[8] Vd. PVCA.ESC.8 – São Miguel, 1716-1720.
[9] Vd. PVCA.ESC.11/12/13 – Conjunto de Calvário do Convento da Madre de Deus de Sá em Aveiro, 1730-1770.
[10] Vd. PVCA.OUR.1 – Custódia do Convento da Madre de Deus de Sá, século XVIII.
[11] Para a Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação existiram as seguintes Confrarias a saber: Confraria do Santíssimo Sacramento (antes de 1665, anexa em 1835); Confraria de Nossa Senhora da Apresentação (Padroeira, antes de 1677, e funcionando ainda hoje) Confraria de São Miguel e Almas (antes de 1693, anexa em 1835) Confraria do Salvador do Mundo (antes de 1657 extinta em 1779); Confraria da Santíssima Trindade. Para a Paróquia da Vera-Cruz as seguintes: Confraria do Santíssimo Sacramento (antes de 1634); Confraria de Santa Cruz (Padroeira); Confraria de Nossa Senhora da Luz (antes de 1593 até 1835); Confraria das Almas (antes de 1657 até 1850); Confraria de Santo André (1634 até 1830); Confraria do Senhor Jesus do Bendito (1810 até 1975); Confraria de Santa Maria de Sá / Nossa Senhora da Alegria (antes de 1418 até 1878). Para todas estas Confrarias existe vasto Fundo Documental no Arquivo da Paróquia da Vera Cruz de Aveiro (APVCAVR) com inventário de séries documentais do referido.
[12] PT-SCMAVR/IVC – Livro de Visitas da Igreja da Vera Cruz de Aveiro, 1693 a 1760., f. 57v.
[13] Aveiro respondeu para as quatro freguesias, incluindo também uma descrição da vizinha freguesia de São Pedro de Aradas. Fazemos notar que a Matriz de São Pedro Fins de Aradas era um templo coincidente em termos de antiguidade com a Matriz de São Miguel de Aveiro, com referências desde o séc. XI. Situado junto da Quinta da Boavista, hoje limite da Universidade de Aveiro, com fachada para o esteiro de São Pedro e ponte de ligação com Verdemilho, esta vasta Igreja foi demolida em 1844, quando se construiu nova Matriz no sítio do Outeirinho. Gerida pelos Cónegos de Santo Agostinho da Serra do Pilar de Vila Nova de Gaia guardava uma importante relíquia das cadeias de São Pedro cuja tradição diz ser a que no ano 969 foi oferecida pelo Papa João XIII. Vd. ANTT – Memórias Paroquiais, vol.5, nº44, p.799-820.
[14] APVCA – Livro 7º de Baptizados da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação de Aveiro, de 1735 até 1767, f.1.
[15] Biblioteca do Museu de Aveiro – Sermam de Acção de Graças a Deus na Igreja de São Miguel de Aveiro Solenizando a elevação de Aveiro a Cidade, Oficina de Francisco Mendes Lima, 1760, f.1.
[16] Cremos que a Igreja de São Gonçalinho deve a sua denominação em diminutivo devido ao facto de outrora ter sido, provavelmente, um edifício maior do que o actual. Efectivamente, quando da criação da Paróquia da Apresentação em 1572, a primitiva Matriz funcionaria neste local com a denominação de Igreja de São Gonçalo ou de Nossa Senhora das Candeias. Até à construção da actual Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, em 1606, o culto paroquial seria feito nesta mesma Igreja, apelidada de Ermida. Quando da transferência do culto para a actual, como podemos verificar pelos registos de óbito, a Igreja de São Gonçalo passou a ter a denominação de São Gonçalo o Velho, em oposição ao edifício novo. Perdendo gradualmente a importância cultual, a Igreja ou Ermida de São Gonçalo entrou em degradação, sendo só reaproveitada e reedificada parte da primitiva construção nas obras iniciadas em 1712 e terminadas em 1714, correspondente ao edificado da actual Igreja de São Gonçalinho. Sobre este assunto ver as opiniões divergentes dos autores: AMARAL, Diamantino Antunes do, Coisas do Passado que desenterrei da Poeira dos Arquivos – A Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação da Vila Notável de Aveiro, in Aveiro e o seu Distrito, Publicação semestral da Junta Distrital de Aveiro nº1, 1966, p.31; NEVES, Francisco Ferreira, Subsídios para a História da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação de Aveiro, in Aveiro e o seu Distrito, Publicação semestral da Junta Distrital de Aveiro nº3, 1967, p.18; AMARAL, Diamantino Antunes do, A Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, in Aveiro e o seu Distrito, Publicação semestral da Junta Distrital de Aveiro nº4, 1967, p.35; NEVES, Francisco Ferreira, A data da inauguração da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação de Aveiro, in Aveiro e o seu Distrito, Publicação semestral da Junta Distrital de Aveiro nº7, 1969, p.49. (Neste último artigo é mencionado como fonte um Livro de Visitas da Igreja de Nossa Senhora da Apresentação [1624-1670] que não conseguimos localizar.)
[17] A este respeito Vd. COSTA, Madalena Cardoso da, A colecção de escultura em Pedra do Museu de Aveiro – As pedras da Vera Cruz, in revista “Museu”, , 2006, nº15, Pub. Círculo Dr. José de Figueiredo, pp.115-156.
[18] Existe um completo Fundo documental pertença da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos de Aveiro com espécies documentais desde o século XVII.
[19] A Igreja do Corpo Santo ou de São João do Rocio foi demolida em 30 de Novembro de 1910.
[20] CALÃO, Hugo, Livro dos Inventários da Paróquia da Vera Cruz de Aveiro, Paróquia da Vera Cruz de Aveiro, 2008. (Biblioteca do Museu de Aveiro - Policopiado); Esta listagem corresponde ao índice do referido livro.
[21] Sobre a temática da divisão paroquial deixamos três exemplos nacionais: para o Porto, em 7 de Julho de 1583, o Bispo do Porto D. Frei Marcos de Lisboa, motivado pela falta que havia na cura de Almas e administração dos sacramentos, divide a Paróquia da Sé em quatro: Sé, São Nicolau, Nossa Senhora da Vitória e São João Baptista de Belmonte; para Torres Novas, o Bispo D. Frei Estêvão, após Inquirição de 1309 tirada pelo seu antecessor D. João Martins de Soalhães, motivado pelo crescimento populacional e pela indefinição de fronteiras, ainda que delimitadas, explicando os conflitos no que diz respeito aos direitos sobre as dízimas, exige divisão pelas quatro: Santa Maria do Castelo, São Pedro, São Miguel e São Tiago; para Sintra divisão paroquial em 1253 pelas quatro: São Pedro, São Martinho, Santa Maria e São Miguel.
[22] «Monumento» é uma palavra que deriva do verbo latino monere, que significa «advertir», «lembrar». Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, Ed. Temas e Debates, 2000, Lisboa.
[23] Almeida, Prof. C. A. Ferreira de, Património – O seu entendimento e gestão, FLUP, 2008.
[24] Quando nos referimos a concelhio, para Aveiro queremos valorizar e fazer notar que o Património (edificado, artístico, natural, documental, industrial, arqueológico) menos protegido se encontra nas freguesias periféricas, a saber: Aradas, Cacia, Eirol, Requeixo, Eixo, Oliveirinha, Esgueira, São Bernardo, Srª de Fátima, Santa Joana e São Jacinto.
[25] PROT – Plano Regional de Ordenação Territorial.
[26] CCDR – Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regionais.

© Hugo Cálão, Paróquia da Vera Cruz de Aveiro, Diocese de Aveiro


quinta-feira, 19 de maio de 2011

Património religioso da Paróquia e Freguesia de São Pedro de Aradas

   Propõe-se com este trabalho contribuir para o inventário do acervo artístico existente nas igrejas da Paróquia de São Pedro de Aradas[1], alargando e promovendo a sua divulgação, tornando-o não só acessível à comunidade científica, mas a um leque mais vasto de destinatários, esperando que a este nível, o presente, possa ajudar a consciencializar a sua protecção.

   A Paróquia de São Pedro de Aradas e sua Igreja Matriz conta hoje com cerca de 1040 anos[2] de antiguidade no que respeita a referências documentais. Embora o nosso trabalho não pretenda um estudo na longa duração da vivência Paroquial, intentar-se-á esboçar para cada um dos espaços religiosos uma amostragem do seu património (o desaparecido e o sobrevivente), formulando-se a linha da história que organizou e moldou o espaço que hoje corresponde à Paróquia e Freguesia de Aradas.

   Esta publicação é, também, o iniciar de um olhar mais profundo sobre o património artístico à guarda das 101 paróquias da Diocese de Aveiro, onde o primeiro passo à sua salvaguarda será a sistematização de acções de inventário, a aplicação de processos de catalogação e sua subsequente monitorização. Acreditando que quem não sabe o que tem não sabe o que pode fazer, esta amostragem, que constitui o conjunto seleccionado de objectos de culto e lugares de memória religiosa de Aradas, tem como principal propósito a sua preservação. Não se protege aquilo que não se conhece.

   Constatou-se, no período de pesquisa e recolha de informação, que muito se perdeu e muito se transformou nas igrejas públicas e privadas da Paróquia de Aradas.

   Verificou-se que, nas Paróquias limítrofes do Arciprestado de Aveiro, populações que conheceram um grande incremento de espaços edificados e desenvolvimento viário, o património (o edificado, artístico, natural, documental, industrial, arqueológico) tem sido o menos protegido. A dinâmica de uma comunidade, a instabilidade dos seus representantes, que tomavam a seu cargo a administração económica e gestão da capela local, a ingerência de vários interesses e poderes, ocasionaram não raramente num passado recente uma má gestão do património dito comunitário. O mesmo acontece com o património privado local, quintas com Igreja ou oratório, que, sendo propriedade de determinada família, transmitido por herança, pecúlios que passam inevitavelmente pelas vicissitudes de processos de partilhas de bens ou alienados para suprir as dificuldades económicas das mesmas, ocasionando, em muitos dos casos vistos, a destruição de todo o espólio a ela associado quer do imóvel, quer do recheio, quer da documentação.

   Embora o inventário que realizámos não tenha contemplado o património religioso de carácter privado, porque não afecto à Diocese de Aveiro, este património religioso foi considerado de grande interesse para o presente estudo pelo que faremos referência geral das suas múltiplas e mais importantes existências no espaço Paroquial de Aradas.

   Considera-se que as Juntas de Freguesia e as comissões paroquiais têm um papel fundamental no actuar como travão de eventuais destruições de património, daí considerarmos ser urgente levar a cabo acções que permitam a recolha de um arquivo fotográfico mais alargado ou mesmo de dar a possibilidade de realização de publicações com conhecimentos, saberes e memórias de autores locais. É preciso estudar para conhecer e transmitir para educar.

1. Aradas – as origens e espaço administrativo

   A Freguesia de São Pedro de Aradas, circunvizinha da cidade de Aveiro, compreende hoje os lugares de Aradas, Verdemilho, Bonsucesso e Quinta do Picado. O lugar de Aradas confina a norte com a freguesia da Glória, que com a freguesia da Vera Cruz formam a cidade de Aveiro. Continua pelo limite sul da freguesia de São Bernardo, seguindo-se pela parte nascente, o lugar da Quinta do Picado delimitado pela freguesia de Oliveirinha do Vouga. A sul, o lugar do Bonsucesso confina com a freguesia de Ílhavo, assim como o lugar de Verdemilho, a poente, junto ao canal da Ria de Aveiro. Assemelha-se a uma península ladeada por dois cursos de água que desaguam na Ria, com brando relevo de terras fragosas bem providas de nascentes de água, que a acção do povoamento e cultivo da terra transformou em importante reduto agrícola.

   O curso de água a norte passa no Vale das Aradas encontrando um outro mais pequeno, a sul, que passa a meio da freguesia. Embora hoje muito assoreado e ocupado pela estrada de ligação a Águeda e à A1, a estrada N. 235, foi outrora caudaloso e ocupado por diversas azenhas e oficinas de olaria[3], descendo desde o lugar da Cabreira e desaguando na Ria, perto da actual Universidade de Aveiro, na Lagoa do Paraíso. A junção destas duas linhas de água faz-se perto da actual Quinta da Boa Vista, no Esteiro de São Pedro, descendo o curso mais pequeno desde o lugar do Buragal pelo Vale do Braga.

   O curso de água a sul desce pelo Vale do Marona, desde o lugar do Carregueiro, delimitando o lugar do Bonsucesso do concelho de Ílhavo, e desagua a sul de Verdemilho na Ria de Aveiro, no denominado Esteiro ou Cais do Eirô. Neste, ainda se podem observar alguns edifícios de azenhas, hoje desactivadas.

  Embora na administração eclesiástica, a Paróquia de Aradas tenha abrangido desde sempre estes quatro lugares (cinco lugares, se considerarmos o lugar de Aradas dividido em Aradas de Cima e Aradas de Baixo)[4]até 1834, os lugares de Verdemilho, Bonsucesso e Quinta do Picado na jurisdição civil e concelhia, pertenciam ao Concelho de Ílhavo, sendo a freguesia constituída apenas pela Vila e lugar de Aradas, com Câmara própria.

   Desde o século XVI até ao século XIX foi de jurisdição régia e dos Frades do Convento de Santo Agostinho da Serra, como será referido.

   Em Março de 1131 d.C., João Mendes (Ioanes Medis) faz testamento em vida, pedindo para ser sepultado no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra[5], ao qual lega a sua Vila de nome Arada (Heerada) situada junta a Aveiro e que tem como administrador seu genro Gonçalo Gonçalves (Gunsaluo Gonsalues).[6]

   Intentando organizar o espaço que compreendia estes casais de Aradas, uniformizando e validando as relações de senhorio com os respectivos habitantes, o Mosteiro de Santa Cruz passa carta de foral a Aradas cinquenta anos depois, em Agosto de 1181 d.C., tendo entretanto recebido de D. Afonso Henriques, em 1166 d.C., mais meio casal em Verdemilho (Villa de Milio)[7] .

   A carta de foral dada pelo Prior Crúzio[8] estabelece desta forma o primeiro documento oficial de regulação administrativa com obrigações que, para a época, eram bastante favoráveis, indiciando e levando-nos a acreditar na existência de muita terra abandonada e na necessidade de oferecer condições passíveis de fixação de novos colonos que promovessem o seu arroteamento.

   Pelo menos, no que respeita ao cultivo de vinha, parece ter havido essa boa resposta dos locais, que, passados sete anos desta primeira carta de foro, em 1188 d.C.7, viram o respectivo foro ser agravado e aumentado da oitava para a sétima parte.

   As duas cartas de foro mostram como Aradas se constituiu num pequeno concelho rural em que os respectivos vizinhos quase não tinham qualquer tipo de autonomia. Estas jurisdições tinham órgãos bastante rudimentares e estavam sujeitos a um peso muito evidente da autoridade senhorial. Este primitivo documento dado por foral contenta-se a regular os aspectos económicos das obrigações entre os foreiros e senhorio, neste casos em cereais, vinho, legumes e linho, ignorando e não abrangendo questões relativas à vida social e enquadramento jurídico da actuação comunitária, o que só mais tarde, 1475, seria colmatado com a jurisdição cível do Couto de Aradas atribuída ao respectivo Mosteiro, e no reinado de D. Manuel com campanha nacional dos chamados "forais novos".

   Confirmando o senhorio da Vila de Arada (Erada) o padre Gonçalo Nogueira (Gonsaluus Nogueyra) e outros interrogados na Inquirição régia de D. Afonso II de 1220, declaram que o padroado da Igreja de São Pedro de Aradas pertence aos frades de Santa Cruz de Coimbra, e afirmam que tanto Aradas de cima como de baixo são do respectivo Mosteiro, ás quais o domínio régio não pode taxar o seu foro. Poderemos apontar esta como a primeira informação paroquial sobre a Vila de Aradas.

   Durante os finais do século XIII e XIV, o Cabido da Sé de Coimbra entrou em litígio com o Mosteiro de Santa Cruz da mesma cidade sobre a jurisdição de várias localidades e direitos referentes a Verdemilho e Aradas

   Em 15 de Abril de 1475 é atribuída ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra sentença sobre a jurisdição cível do couto de Aradas.

   Em 1509 é assinado um contrato de escambo e permutação do Couto das Aradas do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra pelo lugar de Verride e Brunheira do Mosteiro de Grijó, no âmbito da reforma da Ordem, alegando-se o facto de o dito Couto de Aradas estar muito mais perto do Mosteiro de Grijó que o lugar de Verride[9].

   A partir desta data o culto e gestão das dizimarias e propriedades passa para o Mosteiro de Grijó que na sequência da reforma do dito Mosteiro do Salvador de Grijó em 1536, realizada por Frei Brás de Barros, fundará o Mosteiro de Santa Agostinho da Serra de Vila Nova de Gaia, masculino, pertencente aos cónegos Regulares de Santo Agostinho e à Congregação de Santa Cruz de Coimbra.

   O estado de decadência do Mosteiro de Grijó levou Frei Brás a determinar a construção de um novo edifício no monte de São Nicolau, em Vila Nova de Gaia, hoje conhecido por Serra do Pilar, transitando os religiosos da casa reformada com o consentimento de D. João III e autorização do Bispo do porto, D. Frei Baltazar Limpo[10]. A instituição da Congregação de Santa Cruz de Coimbra foi precedida da reforma do Mosteiro de Santa Cruz, cometida por frei Brás e Frei António de Lisboa, em 1527, reforma a que aderiram os priores do Mosteiro de São Vicente de Fora de Lisboa e do Mosteiro de Grijó. Em 1554, juntaram-se-lhes o Mosteiro de São Salvador, mudando a invocação e passando a chamar-se de Santo Agostinho da Serra (serra do Pilar), e o Colégio de Santo Agostinho, situado no Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra.

   Estes mosteiros constituíram a Congregação de Santa Cruz de Coimbra, instituída pelo Papa Paulo IV, em 1556. Em 1564, por decisão do Capitulo Geral, determinou-se a cisão da casa em dois mosteiros distintos, o do Porto e o de Grijó, dividindo-se entre os dois as rendas e os bens.

   Deste modo o então denominado Mosteiro do Salvador do Porto, mais tarde de Santo Agostinho da Serra do Pilar, organiza em 1570 um Livro de Tombo[11] com todas as propriedades da sua gestão em Aradas, Verdemilho, Ílhavo e Sá registo precioso para compreensão da localização fundiária deste espaço no século XVI.

   Em 1612, por decisão do capítulo geral de 17 de Maio, o mosteiro de Grijó foi anexado in perpetuum ao Mosteiro de Santo Agostinho da Serra transferindo para ele a apresentação dos curas ou vigários perpétuos das suas Igrejas, incluindo a de São Pedro de Aradas.

   Já no final do século XVIII, em 1770, por breve de Clemente XIV e autorização régia de 6 de Setembro, foi temporariamente extinto, com mais nove mosteiros da congregação e os seus bens foram anexados ao Mosteiro de Mafra, sendo restituído em 1792, pela bula Expositum nobis concedida pelo Papa Pio VI, a instâncias da Rainha D. Maria I, removendo os religiosos de Mafra e restituindo in integrum em 1794 ao estado regular e conventual, com todos os bens, rendimentos, privilégios e padroados de que eram possuidores, ao presente caso, o padroado da Igreja de Aradas.

   A Vigaria da Igreja de Aradas manteve-se na jurisdição dos Cónegos de Santo Agostinho até 1832, altura em que o Convento da Serra do Pilar foi extinto, sendo abandonado pelos religiosos a 10 de Julho. Os bens passaram para posse da Fazenda Nacional e a Igreja de Aradas para padroado Régio, assim como a apresentação de pároco.

   Em 26 de Maio de 1834 realizou-se na Câmara Municipal de Aradas o seu último acto solene, antes da extinção do concelho e da sua incorporação no de Aveiro, com a aclamação da Rainha D. Maria II, que viria a acontecer em 06 de Novembro de 1836[12].

Propriedades e Quintas - Foro, Dízimo e Ração

   Surgem neste território diversas entidades gestoras de e possuidoras de grandes parcelas terreno.

   Tal como refere Inês Amorim[13] no seu completo estudo sobre a Provedoria Aveirense, as marcas de poder sobre a terra passavam por direitos de jurisdição vitalícios e hereditários, ou direitos contemplados pelas cartas de foral, medievais ou Manuelinas, que a Coroa delegava em donatários.

   Terra rica em cultivo e produtos agrícolas, bem provida de fontes de água salubre e beneficiada por fácil acesso à Cale da ria de Aveiro, Aradas tornou-se num território cobiçado em termos económicos para investimento das famílias senhoriais florescentes. A propriedade das terras, muitas vezes geridas por emprazamentos, ia engrossando nas transmissões testamentárias ao filho primogénito e enlaces matrimoniais, criando-se deste modo Morgadios e Quintas de gestão latifundiária, que na maior parte dos casos seriam propriedades de segunda residência deixadas aos cuidados de caseiros e criados. Também, desde o início da expansão dos descobrimentos e durante o séc. XVI, as explorações de pequenos negócios de cerâmica e de moagem de cereais cresceram em vitalidade devido ao incremento de encomendas para um novo mercado colonial, pelo menos até a barra do porto de Aveiro o permitir.[14] Deste modo vemos que, durante o séc. XVI, XVII e inícios de XVIII, as designações nos emprazamentos ou contratos de compra e venda destas propriedades anteriormente consideradas “vales, matos e pinhais” não arroteados se modificam gradualmente para “quintas e casais”, consequência destas benfeitorias que se foram operando e funcionalmente organizando.

   Não só o Mosteiro de Santa Cruz, e por conseguinte os Cónegos de Santo Agostinho da Serra, detinham e geriam várias propriedades. Observámos que nos vários livros de registo e actualização das demarcações dessas propriedades eram notificados outros senhorios que comprovavam, validavam ou contestavam a posse das mesmas.

   No Tombo das Aradas realizado em 1729 pelo Convento de Santo Agostinho aparecem notificados para demarcação e medição das propriedades: D. Francisco de Almada[15], que detinha o senhorio de Verdemilho, assim como Francisco Caetano Cabral Moura e Orta[16] e sua mulher porque possuíam também várias propriedades assim de casais, prazos e oitavarias que pagavam foros e dizimo e rações[17] e outros direitos dominicais ao dito seu Mosteiro, cujas propriedades estão sitas dentro da freguesia.

   Grande parte dos registos utilizados numa busca de outros senhorios do território de Aradas compreende o uso fontes de informação de carácter transmissório de propriedades e de pagamentos de foros, permitindo-nos hoje reconstituir e visualizar o domínio e divisão de cada grande senhorio (aluguer/imposto)[18]. Sabemos também que os livros de pagamento de décimas para finais do séc. XVIII e início de XIX existentes no Arquivo Municipal de Ílhavo nos permitiriam esta identificação, pelo menos para os territórios de Verdemilho, Bonsucesso e Quinta do Picado, arquivo que não nos foi possível consultar.



Senhorio
Lugar
Ano
Fontes
Frades de Santa Cruz / Frades de Santo Agostinho
Aradas/Verdemilho
1431; 1570; 1729
ANTT e AUC, Livros de Santa Cruz de Coimbra, ADPRT, Mosteiro de Santo Agostinho - Tombos
Confrarias
Aradas/Verdemilho
1747
AJFA, Tombo das Confrarias de Aradas
Senhores da Vila de Carvalhais, Ílhavo e Verdemilho
Verdemilho
 --
--
Freiras de Jesus
Aradas/Verdemilho
1652; 1701; 1749[19]
AUC, Livros de Tombo do Convento de Jesus de Aveiro
Freiras de Sá
Aradas/Verdemilho/
Bonsucesso/Quinta do Picado
1833
AUC, Fundo do Convento da Madre de Deus de Sá de Aveiro
Freiras Carmelitas

 --
AUC, Fundo do Convento das Carmelitas de Aveiro
Misericórdia de Aveiro

 --
ASCMA
Morgado do Buragal
Aradas/Verdemilho
1728
Arquivo Privado da Casa da Granja em Aveiro, documentação editada em Anexo Documental, in NEVES, Amaro, Barbuda e Vasconcelos – Notável poeta épico, 2008,
Morgado de São Silvestre
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Visconde de Valdemuro
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[1] O levantamento de Inventário da Paróquia de Aradas decorreu entre Julho a Dezembro de 2008. Vd. Cálão, Hugo, Relatório do Trabalho de Inventário do Património Artístico da Paróquia de São Pedro de Aradas, Paróquia de Aradas, 2008. (Policopiado); Base de Dados em FileMaker Pro Adv (total de 646 fichas de inventário: Arquitectura 25; Escultura 94; Pintura 7; Cerâmica 60; Ourivesaria 120; Têxteis 171; Metais 121; Mobiliário 47; Instrumentos musicais 1).
[2] A data, a do ano 969 d.C., aparece-nos referida no Inquérito Paroquial de 1734 dada por equívoco para ano de 979 d.C. Vd. Capítulo 2, Igreja Matriz de São Pedro.
[3] Sobre a temática da produção de fabrico de louça de barro (e barro preto) em Aradas consultar, FERNANDES, Isabel Maria, O fabrico de louça preta no Concelho de Aveiro, 2004.
[4] Esta divisão aparece desde o início da denominação de lugares. Vd. O lugar de Aradas aparece dividido igualmente com a designação de Aradas de Aquém e Aradas de Além; AUC, Livro nº 1 dos Autos do Tombo de Aveiro do Real Mosteiro de Jesus, 1749.
[5] Esquisse d’un tableau chronologique (Portugais et Universel) de l’histoire et de l’histoire de l’art, in XXVI. Congrés International d’Histoire de l’Art, 1949.A Igreja de Santa Cruz de Coimbra estava a edificar-se nesta altura, 1131-1150 d.C.
[6] Doc.1 – Vd. Anexo Documental
[7] MADAHÍL, António Gomes da Rocha, Milenário de Aveiro – Colectânea de Documentos Históricos, vol. I (959-1516), p.28; ANTT, Livro de D. João Teotónio, de Santa Cruz de Coimbra, f.38.
[8] Doc.2 – Vd. Anexo Documental
[9] ADPRT, Livro das doações do Real Mosteiro de Santo Agostinho da Serra, 1743, f.19-19v9
[10] “Ordens religiosas em Portugal: das origens a Trento: guia histórico”. Dir. Bernardo de Vasconcelos e Sousa. Lisboa: livros Horizonte, 2005, p.207-208.
[11] Doc.5 – Vd. Anexo Documental; ADPRT/MON/CVSASVNG/001/0015 ,Tombo das Aradas, 1570-1764.
[12] GOMES, João Augusto Marques, O Districto de Aveiro, p. 104; Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. XXXV, p.56
[13] AMORIM, Inês, Aveiro e a sua Provedoria no séc. XVIII (1690-1814), -estudo económico de um espaço histórico, M.E. P. e Administração do Território, C.C.R.C., Lisboa, 1997.
[14] Com as alterações do posicionamento da Barra de Aveiro provocado pela movimentação das areias do cordão lagunar irá conduzir, desde a segunda metade do século XVII até ao fim do XVIII,
[15] ADPRT/MON/CVSASVNG/001/0013, Fundo do Convento de Santo Agostinho da Serra de Vila Nova de Gaia, Tombo das Aradas nº13, 1729-1730, f.100. D. Francisco de Almada
[16] ADPRT/MON/CVSASVNG/001/0013, Fundo do Convento de Santo Agostinho da Serra de Vila Nova de Gaia, Tombo das Aradas nº13, 1729-1730, f.111v. D. Francisco Caetano Cabral Moura e Horta foi proprietário da Quinta do Casal, sobranceira da demolida Matriz de Aradas, Hoje Complexo Industrial da Extrusal e parte do extinto complexo da Empresa de Lacticínios de Aveiro. Vd. 3.4. Capela de Nossa Senhora da Assumpção da Quinta do Casal.
[17] Terras de ração eram todas aquelas que não eram compreendidas nas demarcações dos aforamentos, na sua maior parte incapazes de trabalho imediato, podendo ser matos, pântanos ou areais, mas susceptíveis de cultivo, sobre os quais se lança uma ração.
[18] Sobre esta documentação ver para Aradas, Verdemilho, Bonsucesso e Quinta do Picado, ADAVR, Fundo de Notariado de Aradas, Fundo de Notariado de Ílhavo, Fundo de Notariado de Aveiro.
[19] Livro nº 1 dos Autos do tombo de Aveiro (Cópia de alvarás, privilégios e padrões do Mosteiro de Jesus, desde 1466, com reconhecimento da azenha do Buragal, propriedades em Aradas e marinhas. Este Tombo é reconhecido pelo Dr. Faustino Xavier de Bastos Monteiro, sendo Prioresa Arcângela Maria do Baptista, assim como o Tombo da Igreja de Fermelã, padroado do Convento de Jesus em 1740 e muitos outros do Cartório do Convento de Jesus de Aveiro.